Patrimônio cultural está relacionado a tempo, a memória e a cultura. Para entender melhor como isso funciona, entender o conceito de patrimônio é fundamental.
Etimologicamente patrimônio é tudo aquilo que nos pertence. Assim, uma roupa, um relógio, um celular, um caderno, enfim…. Tudo que seja de nossa propriedade, seja por tê-los adquirido, ganhado ou herdado.
Seguindo esse raciocínio, todos esses objetos e coisas são nossos patrimônios pessoais, pertencendo a nós exclusivamente.
Quando esse patrimônio remete a algo que nos gera uma sensação de nostalgia, eventos passados, pessoas, então esse patrimônio passa a pertencer à sua memória que pode te remeter a um tempo e possibilitar que você “sinta” essa memória. Um exemplo disso na esfera pessoal são as louças de nossas avós, aquela joia de família, uma comida daquelas de mãe. Nesses casos, o patrimônio poderá também ser da sua família.
Em um sentido mais amplo, patrimônio também pode ser representado por objetos que marcaram um tempo, uma época, uma geração.
Esse patrimônio – que gera memória, remete a um tempo e gera sensações – é denominado de patrimônio cultural. Assim, aquela bicicleta antiga do avô, as toalhas do enxoval da mãe e a receita da tia podem ser considerados patrimônio, se remeterem você a um tempo e a uma memória que te gerem sensações.
Nesse caso, são patrimônios pertencentes à sua memória familiar, seu patrimônio, remetendo a um tempo, pessoas… à sua origem, sendo, consequentemente, seu patrimônio cultural.
O patrimônio cultural pode se apresentar de várias formas e pertencer a um único indivíduo ou a toda a humanidade.
Ele pode se manifestar através da arquitetura, do meio ambiente, do sotaque, da arte, da gastronomia, da dança, entre tantas outras produções humanas.
O que difere um patrimônio cultural do outro são suas características específicas (como é feito, por que, por quem, com o que) e seu grau de representatividade. Para facilitar a classificação e o melhor entendimento dessas características, o patrimônio cultural foi dividido em patrimônio cultural material e patrimônio cultural imaterial.
Assim, é importante ter em mente que o patrimônio cultural se manifesta de forma bastante abrangente, sendo importante para o entendimento da história das coisas, das pessoas, das comunidades e, até mesmo, de nações.
Como já colocado, o patrimônio pode ser individual, porém a abrangência dele dependerá de sua relevância coletiva. Isso significa que quando uma memória remete a um tempo e gera sensações de relevância cultural a mais de uma pessoa, a uma comunidade, cidades, nação, essa memória vira referência e então passa a ser um patrimônio cultural coletivo.
A legislação prevê a possibilidade do reconhecimento de um bem como patrimônio cultural na esfera municipal, estadual e federal. Esse reconhecimento acontece através do tombamento, no caso do patrimônio material e do registro no caso do patrimônio imaterial.
Importante lembrar, que um mesmo patrimônio pode ser reconhecido em duas ou três esferas simultaneamente, de acordo com sua representatividade e importância para a preservação da memória coletiva através do tempo.
Mais para frente vamos falar um pouco mais sobre as formas de proteção do patrimônio cultural, as esferas em que pode acontecer e suas implicações. Continua acompanhando a gente por aqui ou pelo canal do YouTube.
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Fonte das fotos:
– Acervo Cultiva